A maior ocupação urbana da América Latina passa mais uma vez pela ameaça de despejo.
O prazo dado pela justiça é 04 de março e não sendo cumprida, o comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar pode ter sua prisão decretada pelo não cumprimento de ordem judicial.
A história da Prestes Maia é um trágico retrato do descaso e dos conflitos que ocorrem na metropole onde as autoridades e as elites tentam fazer com que a região central de São Paulo tenha o aspecto das cidade européias, bem e belas iluminações.
No entanto, São Paulo tem uma outra característica e a história da região mostra que as elites vêm abandonando-a desde ha muito tempo. Por um lado, o poder público deixou de investir na manutenção da região, possibilitando toda a degradação que percebemos hoje, por outro, com o sucateamento habitacional, permitiu que a especulação imobiliária mantivesse seu poder, mesmo que marginalmente, pois percebe-se que os cortiços e pensões são uma alternativa para as pessoas de baixa renda não lançarem-se nas favelas como forma de abrigarem-se. O valor do aluguel cobrado nestes locais é bastante alto e as condições estão distantes de serem consideradas habitáveis.
São Paulo perde no aspecto humano em não dar condições dignas de sobrevivência a seu habitantes, perde também na arrecadação, pois os proprietários devem ao município, 5 bilhões de IPTU, anistiados pela prefeitura e desalojando todas aquelas pessoas que fazem do edifício que hoje chama-se Ocupação Prestes Maia, que tornou-se signo de resistência e luta por moradia, tratando-os simplesmente como lixo social. "...nada nos importa estas pessoas. A prefeitura não se responsabiliza por aquelas famílias!", são estes os termos usados pelo poder público quando tratam das famílias da Prestes Maia.
Eis o conflito mais que evidente no centro de São Paulo. Se hoje, oficialmente são 12mil moradores de rua, depois de 04 de março, este número será ainda maior, pois além das famílias que vivem ha 4 anos na Prestes Maia, ha mais de 4000 famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Aluguel, que foi suspenso, que também irão pra rua
mais informações: www.midiaindependente.org
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